Ai Margarida,
Se eu te desse minha vida,
Que tu farias com ela?
-Tirava os brincos do prego,
Casava c’um homem cego
E ia morar na Estrela.
Mas, Margarida
Se eu te desse a minha vida,
Que diria tua mãe?
-(Ela conhece-me a fundo)
Que há muito parvo no mundo
E que eras parvo também.
E Margarida,
Se eu te desse minha vida
No sentido de morrer?
-Eu iria ao teu enterro,
Mas achava que era um erro,
Querer amar sem viver.
Mas Margarida,
Se este dar-te a minha vida
Não fosse senão poesia?
-Então, filho, nada feito.
Fica tudo sem efeito.
Nesta casa não se fia.
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