“Sinto
falta de tudo se decompor em amarelo. Sinto falta da cama tão desarrumada em
nossos lençóis revirados. Sinto falta daquelas pernas que um dia cercaram-me
enquanto deitava, sinto falta do rosto ao ouvido. Respiração ao ouvido,
respiração ao ouvido, respiração ao ouvido, respiração ao ouvido.
Sinto falta de sentir o ar levantando aquelas mãos, leves, por toda minha
cintura e descendo e subindo, as unhas dela rasgando meu lado. Sinto falta do
perfume a levar, a levar. Levar.
E do rosto, derretido em amarelo frio e discreto, ainda com sono, olhos sequer
abertos, perfume ainda ali. Escondendo os cabelos do meu olhar, se mantendo a mostra,
se mantendo em mim. Sinto falta do gosto do perfume. Do gosto e do perfume do
gosto. Sinto falta do rosto e das palavras sem sons que me desfizeram em um
amarelo frio e discreto”
‘Quero viver no bolso do seu jeans’
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