Nossos corpos não conseguem ter paz
Em uma distância
Nossos olhos são dengosos demais
Que não se consolam, clamam fugazes
Olhos que se entregam, olhos ilegais
[...]
Eu só sei que eu quero você
Pertinho de mim
Eu, quero você dentro de mim
Eu, quero você em cima de mim
[...]
Olhos que se entregam -
quinta-feira, 28 de agosto de 2014
quarta-feira, 20 de agosto de 2014
waly s.
Criar é não se adequar à vida como ela é,
Nem tampouco se grudar às lembranças pretéritas
Que não sobrenadam mais.
Nem ancorar à beira-cais estagnado,
Nem malhar a batida bigorna à beira-mágoa.
Nascer não é antes, não é ficar a ver navios,
Nascer é depois, é nadar após se afundar e se afogar.
Braçadas e mais braçadas até perder o fôlego
(Sargaços ofegam o peito opresso),
Bombear gás do tanque de reserva localizado em algum ponto
Do corpo
E não parar de nadar,
Nem que se morra na praia antes de alcançar o mar.
Plasmar
bancos de areias, recifes de corais, ilhas, arquipélagos, baías,
espumas e salitres,
ondas e maresias.
Mar de sargaços
Nadar, nadar, nadar e inventar a viagem, o mapa,
o astrolábio de sete faces,
O zumbido dos ventos em redemunho, o leme, as velas, as cordas,
Os ferros, o júbilo e o luto.
Encasquetar-se na captura da canção que inventa Orfeu
Ou daquela outra que conduz ao mar absoluto.
Só e outros poemas
Soledades
Solitude, récif, étoile.
Através dos anéis escancarados pelos velhos horizontes
Parir,
desvelar,
desocultar novos horizontes.
Mamar o leite primevo, o colostro, da Via Láctea
E, mormente,
remar contra a maré numa canoa furada
Somente
para martelar um padrão estoico-tresloucado
De desaceitar o naufrágio.
Criar é se desacostumar do fado fixo
E ser arbitrário.
Nem tampouco se grudar às lembranças pretéritas
Que não sobrenadam mais.
Nem ancorar à beira-cais estagnado,
Nem malhar a batida bigorna à beira-mágoa.
Nascer não é antes, não é ficar a ver navios,
Nascer é depois, é nadar após se afundar e se afogar.
Braçadas e mais braçadas até perder o fôlego
(Sargaços ofegam o peito opresso),
Bombear gás do tanque de reserva localizado em algum ponto
Do corpo
E não parar de nadar,
Nem que se morra na praia antes de alcançar o mar.
Plasmar
bancos de areias, recifes de corais, ilhas, arquipélagos, baías,
espumas e salitres,
ondas e maresias.
Mar de sargaços
Nadar, nadar, nadar e inventar a viagem, o mapa,
o astrolábio de sete faces,
O zumbido dos ventos em redemunho, o leme, as velas, as cordas,
Os ferros, o júbilo e o luto.
Encasquetar-se na captura da canção que inventa Orfeu
Ou daquela outra que conduz ao mar absoluto.
Só e outros poemas
Soledades
Solitude, récif, étoile.
Através dos anéis escancarados pelos velhos horizontes
Parir,
desvelar,
desocultar novos horizontes.
Mamar o leite primevo, o colostro, da Via Láctea
E, mormente,
remar contra a maré numa canoa furada
Somente
para martelar um padrão estoico-tresloucado
De desaceitar o naufrágio.
Criar é se desacostumar do fado fixo
E ser arbitrário.
Sendo os remos imateriais.
- Remos figurados no ar pelos círculos das palavras.
- Remos figurados no ar pelos círculos das palavras.
terça-feira, 19 de agosto de 2014
rarasflores
A arte de perder não é difícil de dominar
Tantas coisas parecem cheias da intenção de serem perdidas
Que sua perda não é um desastre.
Perca alguma coisa todos os dias
Aceite o contra-tempo de perder as chaves da porta
A hora gasta inútilmente.
A arte de perder não é difícil de dominar.
Depois, pratique perder mais, perder mais rápido
Lugares, nomes, situações….tantas coisas
Eu perdi duas cidades, dois rios, um continente
Eu os perdi, mas não foi um desastre.
Até mesmo perder você, a voz brincalhona
aquele gesto que eu adoro
Eu não terei mentido, é evidente
A arte de perder não é difícil de dominar
embora sempre continue parecendo um desastre.E. Bishop;
sexta-feira, 8 de agosto de 2014
verbal-life
no avesso do dia,
lídice apontou o indicador
e desenha sobre a pele
como tatuagem,
um totem para seu libelo:
ama e ao mesmo tempo
disfarça
esquece
esconde-se
divaga
declina
e cala-se
seu archanjo guarda nos olhos
seis âncoras
e lança uma garrafa com sete linhas ao centro:
disfarce é a neblina do sujeito
que esquece
esconde
divaga
declina
e permanece calado
amor é predicado
Ehre
ah, jão
Sertão é onde o pensamento da gente se forma mais forte do que o lugar. Viver é muito perigoso...
Sertão: estes seus vazios.
João Guimarães Rosa
quinta-feira, 7 de agosto de 2014
Il vient'
L'amour est enfant de boheme
Il n'a jamais jamais connu de lois
L'un parle bien, l'autre se tait
Et c'est l'autre que je prefere
Il n'a rien dit [...]
Prends garde a toi, Carmen.
Prends garde a toi, Carmen.
e.morin
terça-feira, 5 de agosto de 2014
ner-ú
Depois de tudo te amarei
como se fosse sempre antes
como se de tanto esperar
sem que te visse nem chegasses
estivesses eternamente
respirando perto de mim
Pablo N.
domingo, 3 de agosto de 2014
comeu'
"O amor comeu meu nome, minha identidade, meu retratoO amor comeu minha certidão de idade, minha genealogia, meu endereçoO amor comeu meus cartões de visita, o amor veio e comeu todos os papéis onde eu escrevera meu nomeO amor comeu minhas roupas, meus lenços e minhas camisas,O amor comeu metros e metros de gravatasO amor comeu a medida de meus ternos, o número de meus sapatos, o tamanho de meus chapéusO amor comeu minha altura, meu peso, a cor de meus olhos e de meus cabelosO amor comeu minha paz e minha guerra, meu dia e minha noite, meu inverno e meu verãoComeu meu silêncio, minha dor de cabeça, meu medo da morte"
Dos três mal amados;Cordel do Fogo Encantado.
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